segunda-feira, 15 de julho de 2019

Maestro Francisco de Paula Villela


Texto do sócio Olinto Rodrigues dos Santos Filho


Compositor e músico de grande renome, Paula Vilela, nasceu por volta de 1843 e faleceu em 1918, possivelmente em Tiradentes. Em 1890, alista-se como eleitor declarando ter 47 anos e ser filho de Joaquim Thomás. Exerceu o cargo de escrivão dos órfãos no fórum de Tiradentes, tendo renunciado em 21 de junho de 1892. 

Sobrado onde morou Paula Villella. Rua Direita, então Rua 15 de Novembro.
 Foto do Laboratório Sylva Vasconcellos /Escola de Arquitetura UFMG.
Residia na Rua Direita, ou 15 de Novembro, e vivia de "agências", no ano de 1894. "Suas agências" deveria ser uma firma, "Villela e Cia", que sua mulher deu baixa por volta de 1920. Foi casado com Ana do Amor Divino e no se conhece sua descendência.  

A casa onde viveu, na Rua Direita, atual número 255, ainda se conserva de p, e mais tarde pertenceu ao Pe. João Batista da Fonseca. Na sala desta casa, onde ele ensaiava sua pequena orquestra, possível que foi onde compôs grande parte de sua obra.

Como maestro e mestre de música, foi responsável pela novena e festa da Santíssima Trindade nos anos de 1875 e 1896. Pertenceu a várias irmandades, como Passos, Mercês e Trindade.



No arquivo da Orquestra Ramalho há muitas obras deste compositor tiradentino. São de sua autoria os motetos para a procissão de Nossa Senhora das Dores, até hoje executados, sendo que os de Passos foram substituídos pelos de Pádua Falco. São dele as marchas fúnebre executadas nas procissões de Passos e Semana Santa, como "Cântico do Calvário", executada exclusivamente na Rasoura do Senhor de Passos e as marchas "Sobre o túmulo" e "Túmulo de D. Carlos",  "O Mártir do Gólgota", "A minha saudosa esposa", "Leonor" e uma marcha  fúnebre sem nome, além de um "Domine" e "Veni" e um "Pange Limgua" para orquestra e coro.


Parece que Paula Villela teve um cartório  ou trabalhou em um,pois por volta de 1892 ele descobriu no cartório o inventário dos bens de Antônia da Encarnação Xavier, me do Tiradentes e o doou ao Instituto Histórico e Geográfico de Brasileiro.

Assinatura de Paula Villella em partitura do 
Acervo da Orquestra Ramalho.
Motteto para a Procissão de N.S. das Dores - 
Autógrafos/data, acervo Orquestra Ramalho.

Parte para Contralto das Matinas da Ressurreição,
de Paula Villela. Acervo Orquestra Ramalho.
Parte para 1 violino de um "Domine" de Autoria
 de Paula Villela. Acervo da Orquestra Ramalho
Parte para soprano do Motteto para procissão de 
N.S. das Dores. Acervo Orquestra Ramalho.










   


Livro de entrada de irmãos da  Irmandade de São João
Evangelista, onde consta o falecimento de Paula Vilela, em 1918.

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