Padre Carlos Correia de Toledo e Mello era paulista de Taubaté, nascido em 1731, filho de Timóteo Correa de Toledo e Ursula Isabel de Mello. Dois de seus irmãos foram religiosos, Pe. Bento Cortes de Toledo, seu coadjutor em São José do Rio das Mortes e frei Antônio de S. Vasula Rodovalho, bispo de Angola. Seu pai depois de viúvo tornou-se padre e duas irmãs eram freiras.
Toledo foi nomeado para a paróquia de Santo Antônio da Vila de São José em 1776, assumindo efetivamente em 1777 esta imensa e rentável freguesia. Tentando retomar a capela de São Bento do Tamanduá, hoje Itapecirica, que havia se tornado paróquia, cria imensa confusão, invadindo a igreja e administrando os sacramentos. O caso vai parar na mesa Consciência e Ordens de Lisboa, em alentado processo. Viveu com a família em um palacete, na Vila de São José, situada na Rua do Sol, hoje museu.
A época da Inconfidência o vigário possui a casa na vila de São José com cavalariça, oficinas avaliadas em 3.6000$000 réis; a Fazenda da Laje com casas, moinho e engenho; terras mineiras no Arraial de São Tiago (hoje cidade) em sociedade com Manoel Rodrigues Pacheco de Morais; uma biblioteca com 105 volumes; 31 escravos, dos quais 2 eram músicos. A casa tinha excelente mobiliário como sofás, mesas de jogos, uma cama baldaquino de damasco e cabeceira dourada, cadeiras, mesas, espreguiçadeiras. Na decoração havia um retrato do rei Dom José com dossel vermelho. A sua prataria estava penhorada no cofre dos ausentes da Vila de São José, onde ele tinha tomado empréstimo. Entre os papéis haviam um livro de dividas dos paroquianos.
Toledo foi um dos mais atuantes no malogrado movimento, tendo aliciado mita gente e ido várias vezes a Vila Rica para encontrar os companheiros daquela comarca. Para o levante prometeu mandar 150 homens montados, todos de suas fazendas e minerações.
Toledo convidou para a revolta os Resende Costa, o Cel. Oliveira Lopes e o delator Correia Pamplona.
Quando soube da prisão de Tiradentes em maio, no Rio, tentou levantar os ânimos do Cel. Francisco Antônio, mandou recados a Vila Rica, ao comandante Francisco de Paula que deflagrasse o movimento, fosse como fosse porque “era melhor morrer com a espada na mão que como um carrapato na lama”. Nada conseguiu e foi preso quando fugia para sua fazenda da Laje. Nos interrogatórios tentou ocultar a verdade, mas acabou falando tudo, mas sem acusações, além do Silvério dos Reis. Foi deportado para Portugal sem saber sua sentença, ficando preso na Fortaleza de São Julião da Barra e depois levado para a clausura dos franciscanos de Lisboa, onde hoje é a Academia de Belas Artes da Universidade de Lisboa e lá faleceu em 1803. Na Vila de São José se celebrou as missas de costume por sua alma.
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